Relacionamento ideal entre os cônjuges

 INTRODUÇÃO

Obviamente nenhum ser humano é capaz de atingir a perfeição ou cumprir plenamente os planos de Deus. Entretanto isso não significa que não precisamos conhecer e buscar viver plenamente os ensinos do Senhor. 

A verdade é que Deus nos deixou revelado nas escrituras todo o modelo que Ele projetou para as nossas vidas, se não vivermos buscando isso certamente iremos nos degenerar cada vez mais, nos distanciando Dele. Nesse sentido é que a santificação acontece, pois apenas na constante busca de agradar a Deus é que damos lugar ao Espirito Santo, permitindo sua ação purificadora nos distanciando do pecado e nos levando para perto de Deus.

Portanto é a busca da perfeição, que embora seja impossível de alcançarmos como homens pecadores que nos conduz a santificação em Jesus para Salvação através do sacrifício de na cruz.

FUNDAMENTOS DO RELACIONAMENTO MATRIMONIAL

Sendo assim podemos identificar na Palavra de Deus três importantes características que passam a ser o fundamento do plano ideal arquitetado pelo Senhor para o matrimônio. Vejamos:

• Amor: como já tratamos em outras lições, o amor na Bíblia é "ágape", sendo esse o sentimento de entrega, de sacrifício, nesse sentido o amor que leva um casamento a ser ideal perante Deus é aquele em que os cônjuges estão dispostos, e efetivamente se sacrificam, se entregam um pelo outro. Não se trata de anulação, muito menos de um fardo, mas de uma alegria em servir a pessoa que Deus lhe deu como esposa ou marido, pois essa entrega é em amor, há uma satisfação maravilhosa, linda e deleitosa em ver o outro bem ou em cuidar quando necessário.

• Confiança: em Provérbios 31.11 diz que o coração do marido está confiado em sua mulher quando essa é virtuosa. Um bom casamento envolve confiança, ora se dissemos que o amor é entrega, naturalmente é preciso confiança para que se tenha essa entrega. Além disso, a esposa só aceitará o governo do marido caso confie que ele a governa em amor e buscando a obedecer ao Senhor. Bem como o marido irá alimentar o amor pela sua esposa mediante a confiança de que ela o ama, respeita e é fiel a ele. Outro aspecto importante é a confiança referente a administração dos bens e do patrimônio do casal, não há casamento saudável quando a esposa não tem conhecimento sobre a renda e patrimônio familiar ou não participa de sua administração. Em outras palavras a confiança deve ser plena e irrestrita, pois foi assim que Deus projetou o matrimônio ideal para nós.

• Diálogo: claro que tanto o amor quanto a confiança precisam ser praticados, alimentados e construídos constantemente, nesse sentido está a lição que tratou sobre o casamento como uma constante construção. Portanto para que tudo isso seja construído, preservado, aperfeiçoado e praticado é necessário o diálogo, pois sem que o casal esteja constantemente dialogando nada do que falamos até aqui irá ser vivido. Atenção não se trata apenas de conversar, mas de conversar sobre tudo, desde coisas triviais visando o lazer, o entretenimento, até as coisas mais relevantes sobre a criação dos filhos, administração dos recursos do casal e questões do relacionamento. O diálogo aqui se refere a uma postura de entrega, em que tanto o marido quanto a esposa disfrutam de total liberdade perante o outro para opinar sobre qualquer assunto, ou mesmo para orientar e corrigir alguma atitude do outro, pois isso será feito em amor, buscando o bem estar do outro.

HARMONIA DO CASAL

Muito bem, visto de maneira resumida os fundamentos para o casamento ideal, vejamos agora algumas práticas que irão construir, manter e aperfeiçoar esses fundamentos:

• Renúncia: essa é a atitude que irá demonstrar concretamente o amor que temos pelo nosso cônjuge. Pois ao renunciar algo que nos é precioso ou mesmo que nos traria algum benefício em favor da nossa esposa ou marido é que deixamos claro que o bem estar dele ou dela é nossa prioridade. Novamente devemos afirmar que não se trata de se anular mas sim de se entregar, de se dedicar ao outro. A título de exemplo podemos falar da vida profissional quando um homem aceita mudar de cidade em função da carreira da esposa, ou o inverso.

• Tolerância: é importante entender que essa atitude só se verifica quando estamos falando de algo que gera algum incomodo ou desconforto, tal atitude é essencial. Contudo para sermos tolerantes é preciso a humildade de saber que se somos incomodados por atitudes, manias ou mesmo ideias do nosso cônjuge, nós também geramos incomodo, pois isso é fruto da nossa natureza pecaminosa. Importante lembrar que o casamento implica a disposição sincera de ajudar o outro a lidar com os próprios pecados.

• Perdão: intimamente ligado a tolerar está a prática do perdão, contudo o verdadeiro perdão está em se doar (pois é esse o significado da palavra - perdoar vem do latim e significa se doar por inteiro), contudo como seres humanos falhos e pequenos não temos em nós mesmos o que doar, mas Cristo se doou por inteiro na Cruz, e nos perdoou totalmente. Quando eu entendo esse perdão, o quanto eu ofendi ao meu Santo Salvador fica fácil tolerar e perdoar minha esposa, pois o ato de Cristo em se doar por mim transbordar a ponto que eu não consigo guardar mágoa, fui perdoado e isso reflete na minha vida, pois é algo extraordinário. Quando Jesus diz no evangelho segundo Mateus 6.14 e 15 que se não perdoarmos não seremos perdoados, o sentido é exatamente que se não perdoamos é porque não entendemos ou não reconhecemos o perdão de Deus. 

MATURIDADE DO RELACIONAMENTO

Depois de compreendermos os fundamentos e as atitudes que constroem e preservam tais fundamentos, podemos agora analisar o resultado dessa vivência que é a maturidade do relacionamento, ou seja, quando vivemos os fundamentos através dessas atitudes iremos ter como resultado a mutualidade, a reciprocidade e a cumplicidade. Vejamos cada uma resumidamente. 

• Mutualidade: embora pareça ser a mesma coisa que reciprocidade, a mutualidade não se trata de uma reação, uma resposta a algo que fizerem a nós ou por nós como na reciprocidade; mutualidade é a ideia de que dois organismos não vivem separados, há uma dependência insuperável. Em outras palavras é a doutrina de sermos uma só carne, um casal que busca glorificar a Deus entende e vive dessa forma, não a menor possibilidade de separação, pois nossas vidas, propósitos estão intimamente ligados, é exatamente isso que Paulo expressa no texto áureo dessa lição.

• Reciprocidade: como falamos acima a reciprocidade é a reação que temos mediante algo se faz a nós ou por nós, nesse sentido a reciprocidade é a obediência a Deus estimulada um no outro. O marido ao governar como a bíblia ensina estimula, cria em sua esposa o desejo de obedecer a Deus pela submissão e ambos vivem dessa forma, aprendendo um com o outro para a Glória de Deus.

• Cumplicidade: essa palavra é muito usada no ambiente secularizado, basicamente o significado é o mesmo, contudo quando falamos em relação a Palavra de Deus não se trata de um cumplicidade mundana, mas de uma unidade de propósito, em que ambos buscam obedecer e glorificar a Deus, nesse sentido o casal irá viver ajudando um ao outro e protegendo um ao outro. Por exemplo jamais um marido verdadeiramente cristão irá expor falhas de sua esposa para humilha-la e da mesma forma a esposa não fará isso ao marido, mas antes irão viver de maneira sóbria resolvendo suas dificuldades observando os fundamentos e práticas que conduzem a harmonia do lar como tratado nos tópicos anteriores.

CONCLUSÃO

Quando o casal atenta para os fundamentos e práticas tratados na lição certamente irá desfrutar da benção de Deus. Embora a perfeição seja inatingível nesse mundo caído, a benção de Deus é uma realidade, portanto mesmo que o casamento tenha algumas dificuldades, essas não serão nenhum obstáculo para que a perfeita benção do Senhor seja uma realidade em nossos lares e o Deus perfeito irá se revelar em nossas imperfeições, através da harmonia em nossos lares o Senhor será glorificado e viveremos a sua maravilhosa Graça.

Material de apoio referente a lição 10 da Revista Betel Dominical 1ª trimestre de 2024 destinado a auxiliar professores e alunos da EBD da IEADMG. Escrito pelo professor Marcelo Lucas