A Bíblia Sagrada como manual da família
Aquele que é salvo quando corrigido pelo Espírito Santo não sente humilhação mas se constrange e se quebranta diante de tamanho amor que não desiste de nós. Assim é a submissão da mulher a um marido verdadeiramente cristão, que não governa o lar com autoritarismo mas toma todas as decisões pensando no bem estar de sua esposa e filhos, se entregando por completo ao bem estar da família.
INTRODUÇÃO
Após estudarmos a estrutura da família e as etapas do relacionamento, agora o comentarista nos leva a refletirmos sobre os ensinos específicos para os membros do lar, marido, esposa, pais e filhos. Talvez você possa dizer que o marido será o pai e a esposa será a mãe, logo há uma redundância em falar de pais, marido e esposa; mas atenção, o papel do pai é diferente do papel de marido, bem como o papel da mãe é diferente do papel de esposa. Portanto o que o comentarista nos leva a entender é o ensino bíblico sobre o relacionamento dentro do lar.
Sendo assim voltamos a afirmar a importância da leitura prévia da lição, só após o estudo detalhado da revista é que os irmãos e amigos devem se valer desse texto. Neste texto vamos discorrer sobre os três princípios abordados na lição, a saber: amor pela esposa, submissão ao marido e honra aos pais; com o objetivo de fornecer algumas informações e reflexões sobre tais temas para aprofundar a compreensão dos irmãos sobre o tema.
AMOR PELA ESPOSA
O termo que aparece no texto de referência (Efésios 5.33) para amor é "ágape", essa palavra indica o amor sacrificial, comparado ao amor de Deus por nós, por isso o apóstolo Paulo compara o amor do marido com o amor de Cristo pela Igreja. Apenas com essa breve explicação o caro amigo, irmão e leitor já percebeu uma das principais razões de problemas no casamento: a falta de amor.
Para entendermos melhor é preciso dizer que no idioma grego há palavras diferentes para designar vários sentimentos que chamamos de amor: 1) "eros": trata do desejo pelo que não se tem, uma criança que deseja um brinquedo tem "eros", é o sentimento mais simples e primitivo, contudo uma vez que se tem o objeto ou pessoa desejada o sentimento desaparece; 2) "philia": diferente do primeiro, esse se refere a alegria na presença, ou seja, é quando me alegro, me satisfaço com a casa, com o trabalho que tenho, com a família que tenho; 3) "storge": esse se refere aos laços familiares, amamos aqueles que estão mais próximos, a convivência e laços sanguineos nos leva a esse sentimento; 4) "ágape": diferente dos demais, esse não se define pelo sentimento daquele que ama, mas a pessoa que ama se entrega por completo ao bem estar de seu amado, seja uma pessoa ou causa. Certamente já deu para o querido irmão perceber que esse ultimo trata do amor de Cristo; e é exatamente esse tipo de amor que Deus requer que o marido tenha pela esposa.
Lembra do que dissemos na exposição da lição anterior? Rebeca tomou a decisão em ir encontrar Isaque, a decisão de se casar é a decisão de amar sacrificialmente o seu cônjuge, claro que isso envolve os sentimentos de desejo, alegria e familiar, portanto o amor conjugal deve ser o desejo que não morre com a presença, mas alegra o casal, o laço familiar que não se desfaz, mas se estreita cada dia mais e por fim o proposito de se doar um ao outro.
Esse amor irá reger toda a relação, inclusive a intimidade. Ora a relação sexual do casal cristão é pautado no amor "ágape", na entrega; quando Paulo diz que o homem tem poder sobre o corpo da mulher e vice versa (I Coríntios 7.4) não é uma relação de posse ou de poder, mas de entrega: a mulher tem poder sobre o corpo do marido que se entregou a ela, e o marido tem poder sobre o corpo da mulher que se entregou a ele em amor. Esse princípio irá reger toda a relação matrimonial e familiar.
A SUBMISSÃO AO MARIDO
Assim como o marido expressa seu amor no cuidado, na entrega, que se necessário será entregue a própria vida pela esposa pois Paulo diz que se deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja (Efésios 5.25), Cristo morreu pela igreja; a mulher deve expressar seu amor em submissão.
O princípio da submissão da mulher ao marido deve ser um dos temas mais falados e menos compreendido no meio cristão. Não raro vemos líderes, pastores, palestrantes e professores tentando dizer que a mulher deve se submeter a autoridade do homem sem parecer machista, mas mantendo a superioridade masculina sobre a mulher. Isso se dá pela ausência da compreensão do amor.
Pergunta simples! Por que a igreja fiel, verdadeira se submete a Cristo? Claro, Ele é Deus! Contudo não é essa a resposta. O verdadeiro convertido reconhece a autoridade do Senhor Jesus, mas essa autoridade não é exercida com tirania ou autoritarismo, é exercida em amor "ágape", completa e absoluta entrega. Aquele que é salvo quando corrigido pelo Espírito Santo não sente humilhação mas se constrange e se quebranta diante de tamanho amor que não desiste de nós. Assim é a submissão da mulher a um marido verdadeiramente cristão, que não governa o lar com autoritarismo mas toma todas as decisões pensando no bem estar de sua esposa e filhos, se entregando por completo ao bem estar da família.
Portanto submissão, nos termos bíblicos, nada mais é que se colocar sob o governo de um marido que é verdadeiramente governado pelo Senhor através da sua Palavra. Logo a mulher que tem um marido verdadeiramente cristão está se submetendo a Deus.
HONRAR AOS PAIS
Novamente o norte aqui é o amor "ágape"; o pai que é presente e exerce sua autoridade sobre os filhos, direcionando e ensinando com clareza o que é certo, receberá a honra de seus filhos. Respeitosamente aqui cabe uma crítica ao comentarista da revista quando diz que os pais devem ser amigos dos filhos; cuidado isso não pode ser entendido no sentido moderno, pois a amizade moderna pressupõe igualdade hierárquica; isso não existe na relação pais e filhos; pai e mãe são autoridade, governo sobre seus filhos. O que se pode entender é a amizade no sentido do que Deus diz que somos amigos pois nos faz entender sua vontade (João 15.15), nesse sentido os pais não devem dar ordens autoritariamente mas devem conduzir os filhos a compreensão daquela negativa ou orientação que foi dada. Também nesse sentido a vara (Provérbios 13.24) deve ser entendida como símbolo da autoridade não como castigo físico; claro que não estamos dizendo contra a palmada, contudo essa deve ser o ultimo recurso e nunca de maneira violenta.
Assim, a honra é mais que obediência. Honrar os pais é obedecer compreendendo o amor de Deus através do esforço em educar e instruir nos caminhos do Senhor; é reconhecer a autoridade dada por Deus aos pais para ensinar e cuidar dos filhos, sabendo que sobre nós pais repousa a responsabilidade de apresentar nossos filhos ao Senhor, pois são herança do Senhor e não nossa, por isso os pais devem ser honrados, amados e respeitados.
Sendo assim a família verdadeiramente cristã é aquela que reflete o amor de Deus em todas as suas reações, o que irá transbordar o convívio familiar, se vertendo como base de uma igreja e de uma sociedade saudável. Que Deus nos abençoe.
Material de apoio referente a lição 3 da Revista Betel Dominical 1ª trimestre de 2024 destinado a auxiliar professores e alunos da EBD da IEADMG. Escrito pelo professor Marcelo Lucas
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