O verdadeiro discípulo depende inteiramente de Cristo
INTRODUÇÃO
A verdade que nem sempre damos atenção é que há dois grandes perigos diante do crente em Jesus: primeiro o da soberba e o segundo o da soberba. Certamente o caro irmão e leitor está se perguntando que bobagem é essa. Já explico.
Embora sejam duas situações em ambos os casos o sentimento de soberba estará presente, se por um lado o crente pode se ensoberbecer por ter conquistas e atribuir isso a ele mesmo, por outro lado pode se ensoberbecer em sua santidade, se dizendo humilde estará mostrando uma soberba espiritual, em outras palavras será arrogante em sua pretensa ou autodeclarada santidade. Devemos ter muito cuidado, pois em ambos os casos o adversário usará disso para nos distanciar do Senhor que não dá a sua glória a ninguém (Isaías 42.8).
Obviamente que a pessoa que só canta suas falhas é tão perversa quanto a que fica se elogiando o tempo todo, é preciso saber que somos pecadores, entender o fardo que é isso, mas ao mesmo tempo descansar em Cristo que levou sobre Si todas as nossas transgressões.
1 A ILUSÃO DA FORÇA HUMANA
Como dito na introdução, o ser humano não possuí nada de bom (Marcos 10.18), o nosso Senhor Jesus disse que bom é apenas o Pai; Paulo aos romanos diz que não há quem faça o bem (Romanos 3.12), nesse sentido só podemos concluir que toda a virtude praticada pelo ser humano é fruto da graça divina, seja a manifestação da graça geral (dada a todos os homens como forma de refrear o pecado), seja a graça especial (dada aos salvos em Cristo).
Essa incapacidade do ser humano de ser bom por si mesmo é resultado da queda lá no Édem, é importante ressaltar que a queda não foi um tropeço mas uma ruptura cósmica, sendo Adão representante federal da criação, legou a toda a criação uma existência desligada do criador. Contudo Deus em sua infinita misericórdia proveu Jesus para remissão dos nossos pecados.
Sendo assim, mesmo que aparentemente façamos algo pelas nossas forças, sejam físicas ou psicológicas, devemos lembrar que não haveria em nós o desejo de fazer o bem e glorificar a Deus caso não houvesse a ação da Graça de Deus em nós.
Portanto nosso corpo, alma e espírito só podem desejar e fazer algo que realmente glorifique ao Senhor caso Ele nos mova, nos motive. Talvez o caro irmão ou amigo esteja se perguntando sobre os casos de pessoas que fingem servir a Deus; ora esses são os joios, naturalmente é possível fingir perante os homens mas Deus conhece o coração de todos e só se agrada daquele que é sincero, daquele que glorifica a Deus por causa da Salvação que recebeu de Jesus.
Portanto o discípulo ao exercer o discipulado fará com humildade e submissão, entendendo que tudo vem das mãos de Deus e que nada é por mérito humano mas pela graça e misericórdia do nosso Senhor.
2 AUTORIDADE E AUTORITARISMO
O verdadeiro discípulo de Jesus sabe reconhecer os limites que o Senhor impõe a sua atuação por meio da Palavra. Sabendo que a autoridade para ensinar, pregar, corrigir, pastorear e para exercer qualquer outra função não vem do título que lhe foi conferido mas sim das escrituras e do próprio Senhor; autoridade essa que apenas é confirmada ou reconhecida pela concessão do título dado pela igreja ou corpo ministerial.
Sendo assim, a autoridade vem do exercício legitimo das funções que a igreja nos confiou, uma vida segunda as Escrituras e uma busca contínua por desempenhar da melhor forma possível as funções que nos foram confiadas.
Mas quando agimos com autoridade e quando agimos com autoritarismo? Essa pergunta não é complicada mas é profunda, portanto um pouco difícil de entender. Afinal de contas a lógica de Deus é um pouco diferente. Na Palavra de Deus sempre vemos o maior servindo, Jesus é o Deus que se fez carne e serviu a nossa Salvação, portanto a autoridade está no serviço, sendo o exercício da autoridade, no sentido de correção apenas atrelada ao ensino doutrinário. Já ao autoritarismo é tudo aquilo que foge a lógica do serviço, qualquer atitude que busque ser servido ao invés de servir será um autoritarismo.
3 O VERDADEIRO DISCÍPULO
Portanto o verdadeiro discípulo terá como características o amor pela igreja, a preocupação em preservar as ovelhas e cumprir o propósito de Deus, vejamos.
a) Amar a igreja: quando se fala em amar no novo testamento devemos ter em mente o termo "ágape" que remete a ideia de amor sacrificial, é exatamente o termo que Jesus usa ao perguntar se Pedro o ama (João 21.15-22), Cristo ali queria ensinar que por amar a Deus devemos cuidar da igreja, ou melhor, como reflexo do amor de Deus por nós, passamos a amar a Deus e assim amamos um pouco o que Deus ama. Nesse sentido é que dizemos amar a igreja, como projeto de Deus é preciso viver em comunhão com os irmãos e ajudando da melhor forma possível para que nossos irmãos sejam edificados.
b) Preservar as ovelhas: se amamos a igreja, ainda que com toda a nossa limitação humana, desejamos que nossos irmãos sejam preservados para a vida eterna em Cristo Jesus, queremos, não agimos para ferir mas sim para edificar e abençoar nossos irmãos.
c) Cumprir o propósito de Deus: ora o desejo de Deus é a Salvação, portanto devemos sempre anunciar a redenção em Cristo, buscando sempre dar um bom testemunho e não gerar escândalos.
Assim, o verdadeiro discípulo não é aquele que reúne grandes qualidades, mas é a pessoa totalmente curvada às Escrituras, disposta a ser moldada pela Palavra de Deus para viver para a Gloria do Senhor.
Material de apoio referente a lição 5 da Revista Betel Dominical 4ª trimestre de 2023 destinado a auxiliar professores e alunos da EBD da IEADMG.
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